Imagem em Acervoteoria dos jogos

Ajax e Aquiles jogam 'plakato', numa pausa da Guerra de Tróia Teoria dos Jogos
(desde 1944)

Os jogos acompanham a humanidade desde sua pré-história. Jogos de tabuleiros, como o chamado Jogo Real de Ur foram encontrados em escavações na região da antiga cidade suméria de Ur, na Mesopotâmia, e datam de 3000 a.C. Mas só a partir do século XVI, com os trabalhos do médico, matemático e filósofo italiano Gerolamo Cardano (1501-1576), teve origem a teoria da probabilidade que atraiu a atenção de Pascal, Thomas Bayes (1702-1761) —autor do teorema sobre o método estatístico de avaliar as probabilidades que leva o seu nome— e Laplace, entre outros. No século XX, os matemáticos John von Neumann (1903-1957) e Oskar Morgenstern (1902-1976) lançaram as bases de uma Teoria dos Jogos, propriamente dita, no livro Theory of Games and Economic Behavior (Teoria dos Jogos e Comportamento Econômico, 1944) que interpretava as escolhas racionais e os acontecimentos sociais por meio dos modelos de jogos de estratégia, ou seja, diante de uma certa gama de opções, os agentes escolheriam aquelas estratégias de ação que lhes fossem mais vantajosas de acordo com um cálculo acerca de sua probabilidade e satisfação máxima de sua utilidade. Calcada sobre fortes alicerces matemáticos, a Teoria dos Jogos propôs uma nova maneira de formalizar os princípios das ciências sociais, a partir do comportamento e preferências humanas, sem precisar se reduzir a outros domínios estranhos, como a biologia e a física. Atualmente, os jogos exercem influências tanto nas ciências naturais (Teoria dos Caos, por exemplo), quanto nas ciências sociais (economia, psicologia, e sociologia).
Discursus

“A teoria dos jogos é matéria nova que despertou grande interesse em razão de suas propriedades matemáticas inéditas e suas múltiplas aplicações a problemas sociais, econômicos e políticos. A teoria atravessa fase de ativo desenvolvimento. Seus efeitos sobre as ciências sociais já começaram a manifestar-se ao longo de um largo espectro. Suas aplicações se vêm tornando cada vez mais numerosas e dizendo respeito a questões altamente significativas enfrentadas pelos cientistas sociais, mercê do fato de que a estrutura matemática da teoria difere profundamente de anteriores tentativas de propiciar fundamento matemático aos fenômenos sociais. Primeiros esforços em tal sentido foram feitos com base nas ciências físicas e se inspiraram no impressionante êxito por elas alcançado ao longo dos séculos. Ocorre, porém, que os fenômenos sociais são diferentes: os homens algumas vezes lutam uns contra os outros e algumas vezes cooperam entre si; dispõem de diferentes graus de informação acerca do próximo, e suas aspirações os conduzem ao conflito ou à colaboração. A natureza inanimada não exibe qualquer desses traços. Átomos, moléculas, estrelas podem aglomerar-se, colidir, explodir, mas nunca se hostilizam, nem colaboram uns com os outros. Consequentemente, era de duvidar que os métodos e conceitos desenvolvidos pelas ciências físicas pudessem lograr êxito quando aplicados a problemas sociais” (MORGENSTERN, O. “Prefácio”, in DAVIS, M. D. Teoria dos Jogos).

Direito Autoral

Foto: Detalhe de ânfora com Ajax e Aquiles ; Museu Etrusco.


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