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"Este
livro está repleto Aqueles que escrevem sobre temas científicos se acostumaram com a idéia de que são plagiadores intelectuais, invadindo as mentes daqueles que estão ocupados demais para contar suas descobertas ao mundo. Há muita gente que Meu consolo é que poucos poderiam ter escrito todos os capítulos. Meu papel foi o de produzir
uma colcha através dos retalhos "Matt Ridley em
The Red Queen - Sex and the Evolution |
Fios da meada: Pequenos comentários sobre temas, autores e livros. (Se você gostou deste livro vai gostar dos livros de que eu gostei). O espírito do que pretendi fazer está perfeitamente capturado pelas palavras de Matt Ridley, na abertura de um de seus livros mais famosos. Quis tecer minha própria colcha a partir de retalhos que outros produziram. Gostaria também que este livro fosse visto, ele mesmo, como another brick in the wall, se é que você me permite misturar retalhos com tijolos. Espero que você tenha apreciado minha tentativa. Espero tê-lo motivado a ir "beber na fonte", procurando os trabalhos originais dos autores de cada retalho-tijolo. As idéias de alguns dos livros comentados a seguir são (às vezes) polêmicas - são ciência em processo - mas mesmo estando eventualmente longe do consenso do "establishment" acadêmico, muitos são clássicos modernos, best-sellers dentro de suas categorias. A grande maioria deles foi escrita por cientistas que querem fazer da ciência, algo mais incorporado à cultura, apesar da sua limitação natural e do seu ceticismo inescapável. (Acho sempre melhor ler no original apesar de alguns desses livros terem tradução para o português. De qualquer maneira quando tenho certeza da existência de tradução para nossa língua indico isso através de um asterisco). |
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1 - AXELROD, Robert. The Evolution of Cooperation. Basic books, 1984. É a referência básica para quem quer entender a dinâmica da colaboração, como foi revelada pelos experimentos em computador que o próprio Axelrod organizou. É um livrinho extremamente simples mas documenta um experimento que tem tido desde então uma grande repercussão e motivou uma infinidade de trabalhos acadêmicos. |
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2 - BARROW, John D. e TIPLER, Frank J. The Anthropic Cosmological Principle. Oxford University Press, 1986. Um verdadeiro tratado sobre idéias da ciência. Debate o tipo de conhecimento científico proporcionado pela Física e percorre todo tipo de idéia e teorias refletindo ao mesmo tempo sobre o cérebro humano tentando entender e se entender. Na verdade o que os autores examinam é a questão do lugar do homem no universo, como se diz na contra capa "levando o leitor a um passeio através de muitas disciplinas científicas e oferecendo insights fascinantes que vão da natureza da vida, à procura de inteligência fora da Terra e à história e destino do nosso universo". |
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3 - BOWLBY, John. Charles Darwin - A New Life. Norton, 1992. Uma boa biografia de Charles Darwin. |
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4 - BROCKMAN, John. The Third Culture. Simon & Schuster,1995. A idéia do autor é que os intelectuais tradicionais estão cedendo para os cientistas o papel de inspiradores das idéias que vão nos ajudar a tornar "visíveis os significados profundos de nossas vidas, redefinindo quem e o que nós somos". Cada capítulo é o depoimento de um cientista sobre seu trabalho que em seguida tem suas idéias comentadas pelos demais. Aqui você já vai encontrar algo do bate boca entre Gould (e outros) de um lado, e Dawkins e Dennett do outro. |
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5 - BRODIE, Richard. Virus of the Mind. Integral Press, 1996. É sobre os memes de Richard Dawkins e a ciência emergente da memética. Não é particularmente profundo mas dá um idéia adequada da coisa. Exagera um pouco no tom. É excessivamente messiânico mas é didático e fácil de ler. |
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6 - BURKHERT, Walter. Creation of The Sacred-Tracks of Biology in Early Religions. Harvard University Press. 1996 …o trabalho de um scholar sobre as bases biológicas da religiosidade humana. Por que nenhum povo em nenhuma época deixou de ter religião? É difícil que uma manifestação tão permanente não tenha uma forte raiz evolucuionária. Qual a base Darwiniana da religião? Daniel Dennett num artigo na "The Sciences " de Jan-Fev de 1997 faz uma revisão elogiosa do livro (Appraising Grace-What Evolutionary Good is God?), mas censura o autor por não incluir a idéia dos memes de Dawkins como possível explicação para a persistência da religião: a idéia religiosa segundo Dennett, se propagaria como vírus da mente; isso é se propagaria sem "mérito intrínseco", no interesse dela mesma. |
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7 - CALVIN, William. The River that flows uphill. - A Journey from the big-bang to the Big Brain. Sierra Club Books, 1986. É um relato romanceado de uma viagem real de um grupo de cientistas através do Grand Canyon. As grandes questões da ciência desde o big-bang vão surgindo em suas conversas durante a viagem, ao pé do fogo nos acampamentos, e sendo debatidas por eles. Algumas das epígrafes que usei na abertura de capítulos são autores citados por Clavin aqui. - CALVIN, William. How Brains Think. Basic Books, 1996. Calvin retoma aqui num livrinho menor (bem menor; o anterior é muito volumoso) a sua tese apresentada em "The River that flows uphill" sobre o porquê do surgimento de macacos de cérebros grandes. Além disso ele especula sobre coisas como linguagem, consciência, inteligência e mecanismos para o processamento de memórias e pensamento. Na Scientific American de Outubro de 1994 Calvin resume suas idéias sobre processos darwinianos operando na mente. |
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8 - CLARKE, Ronald. Einstein - The Life and Times. Avon Books, 1972. Uma biografia abrangente e muito acessível de Albert Einstein. |
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9 - CAMPBELL, Jeremy. Grammatical Man - Information, Entropy, Language and Life. Simon & Shuster, 1982. Talvez se possa dizer que esse livro é sobre a vida como um processo de informação (information process). Passa por vários temas: de genes ao cérebro humano. Fala em lingüística e gramática. Memória e estruturas cerebrais; ordem, desordem e caos, entropia e significado. Também "mistura" Biologia e Física e talvez nisso seja pioneiro. |
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10 - D'AMASIO, Antonio. Descartes' Error. Avon Books, 1994 *. Um neurobiólogo moderno retoma a velha questão razão-emoção (que obviamente tem a ver com Frankenstein-Einstein) e mostra através de descobertas neurológicas recentes como essa dualidade cartesiana é de fato um equívoco. |
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11 - DARWIN, Charles. The Origin of Species". o principal livro de pode ser encontrado na íntegra em: http://www.literature.org/Works/Charles-Darwin/origin. |
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12 - DAVIES, Paul. God an the New Physics. Touchstone, 1984. Físico e um dos mais famosos autores sobre temas científicos para leigos, Davies relaciona nesse livro as conquistas da nova física com as interrogações da mente humana sobre grandes questões metafísicas.
Obs: há um site na Internet onde o leitor encontrará muita informação sobre Richard Dawkins: http://www.spacelab.net/~catalj/home.html. |
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13 - DAWKINS, Richard. The Selfish Gene. Oxford University Press, 1989*. É o primeiro e mais conhecido livro de Richard Dawkins. É aqui que ele apresenta a idéia pela qual ficou famoso: a do gene como entidade fundamental sobre a qual age a seleção natural. Há uma edição brasileira da editora universidade de São Paulo tradução da edição original de 1976, mas eu recomendaria a edição inglesa mais recente de 1989 da Oxford University Press. Mais de dez anos depois do lançamento da primeira edição Dawkins acrescenta um capítulo novo que trata dos novos insights que as simulações de Robert Axelrod (Tit for Tat) deram à idéia do gene egoísta. Além disso comenta capítulo a capítulo algumas afirmações que fizera na edição original e que geraram polêmica ou necessitavam explicação/complemento. É um clássico. - DAWKINS, Richard. The Blind Watchmaker. Norton, 1987.* É uma excelente introdução ao Darwinismo. Dawkins começa desmontando a argumentação de William Paley, o teólogo que usara o argumento do design para tentar demonstrar a necessidade da existência de uma supermente que seria o designer. A seguir ele passa a construir minuciosamente a idéia do relojoeiro cego, o mecanismo da seleção natural, como o único designer das coisas vivas. É um bom exemplo de literatura rigorosa do ponto de vista acadêmico e ao mesmo tempo viva e interessante para o leitor comum. Há uma edição portuguesa, "O relojoeiro cego", (português de Portugal) da Edições 70. - DAWKINS, Richard. River Out of Eden. Basic Books, 1995.* Uma coleção de ensaios e especulações sobre temas ligados à evolução. Outro best seller de Dawkins. O rio a que o título se refere é o rio do DNA; um rio de informação que flui através do tempo não do espaço. Há uma edição brasileira, O rio que sai do Eden. - DAWKINS, Richard. Climbing Mount Improbable. Norton, 1996. É o último livro de Dawkins e o tema é - de novo - a improbabilidade da existência de artefatos naturais tão complexos como um olho, um cérebro, sem que tenha havido um designer. Dawkins usa a imagem de uma montanha extremamente íngreme, no topo da qual estaria um desses artefatos complexos da natureza. É impossível subir até o pico pelo paredão íngreme diante do qual estamos. Como terá aquela coisa extraordinariamente complexa chegado até lá? Não pode ter sido por acaso. Claro que não, e a resposta diz Dawkins, você percebe se rodeia o monte. Aí você descobre que do outro lado do paredão íngreme há uma subida de inclinação suave e gentil, e que você pode chegar ao topo por ela, caminhando passo a passo. Um pé a frente do outro mas sem correr. Você demora mas chega lá. Cada tipo de olho ao longo dessa subida é um pouquinho melhor que o olho que havia antes, mas no final, depois de zilhões de anos haverá lá em cima um maquinismo estupendo para se enxergar. Foi nesse livro que me inspirei para desenvolver parte da argumentação, retórica e exemplos do capítulo 8 ("para que serve um elefante?" - "vírus que se replicam porque se replicam"). - DAWKINS, Richard. God´s Utility Function. Scientific American. November 1995. A utilidade que as coisas vivas atribuem ao jogo em que estão metidas é a replicação do DNA. Essa é a utilidade de Deus segundo a terminologia da teoria dos jogos. Neste artigo Dawkins apresenta essa idéia que aparece mais elaborada num capítulo inteiro de River out of Eden. |
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14 - DENNETT, Daniel. Conciousness Explained. Back Bay Books, 1991 Daniel Dennett em dupla com Richard Dawkins é dos maiores darwinistas modernos. Este seu livro trata da emergência da consciência humana no contexto das idéias evolucionárias. Vendeu mais de 100 mil exemplares nos EUA mas não é um livro fácil. É pesado e exige disposição para a leitura.
- DENNETT, Daniel. Darwin's Dangerous Idea. Simon & Schuster, 1995. A idéia perigosa e o ácido universal do darwinismo são o tema desse livro. Dennett faz uma radiografia precisa da idéia de Darwin e procura mostrar porque para ele essa é a idéia mais poderosa que alguém já teve. À frente das de Newton e Einstein. Além de explicar a natureza do darwinismo, Dennett examina uma por uma as grandes polêmicas que essa idéia provoca, com o objetivo de demonstrar que todos os que imaginaram ter argumentos para arranhar a credibilidade da idéia darwinista erraram. Nota: Uma observação que fiz en passant no texto deve ser enfatizada aqui. Há discordâncias quanto à relevância da seleção natural como única força propulsora da evolução. Isso é, é importante que o leitor saiba que as teses de Dawkins e Dennett não tem aceitação unânime no meio acadêmico. Ninguém duvida da seleção natural, a discordância é quanto à sua exclusividade como mecanismo ("é o único mesmo?" e quanto ao timing - "será assim tão passo a passo mesmo?"). As discordância são acadêmicas e não vou cansar o leitor com detalhes. Um paleontólogo da Universidade de Harvard -Stephen Jay Gould - muito conhecido e respeitado trava há anos uma polêmica com ambos - Dawkins e Dennett - sobre esses temas. Gould os chama um tanto pejorativamente de ultra-darwinistas e num artigo recente na New York Review of Books (ver GOULD, a seguir), desancou tanto o livro Darwin's Dangerous Idea, como seu autor a quem chama de "cachorro de estimação" de Richard Dawkins. A polêmica entre Gould e Dawkins é antiga e amarga. Egos em duelo. Às vezes o nível baixa mesmo entre figurões acadêmicos. - DENETT, Daniel. Kinds of Minds. Basic Books, 1996. É o livro mais recente de Dennett e retoma idéias de Conciousness Explained apresentando-as num formato menos intimidador e um com um estilo mais leve. O leitor que quiser um apanhado filosófico-científico em linguagem clara e interessante, sobre o fenômeno da consciência humana não deve deixar de ler. |
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15 - DE WAAL, Frans. Good Nurtured - The Origins of Right and Wrong in Humans and other Animals. Harvard University Press, 1996 O tema é ainda nosso senso de certo e errado como resultado do trabalho da seleção natural, mas aqui não se fala em Teoria dos Jogos. Uma boa visão alternativa ao enfoque de Von Neumann, através de um cientista especializado em primatas, que tira suas conclusões a partir de observações no campo. |
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16 - DIXIT, Avinash K. e NALEBUFF, Barry J. Thinking Strategically. Norton, 1991* Um ótimo livro sobre jogos e tomada de decisões estratégicas em vários contextos. Alguns exemplos do capítulo 2 foram tirados daqui. (Indiana Jones, o mau estrategista; Irã e Iraque e o cartel do petróleo). |
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17- FRANK, Robert. Passions Within Reasonó The Strategic Role of Emotions. Norton, 1988 Esse livro é a referência mais importante para a idéia de que são as emoções que intermediam nosso comprometimento, isso é: através delas que garantimos nossa boa intenção nas transações (jogos) em que nos envolvemos. Não conseguimos fraudar nossas emoções mais íntimas - ficamos ruborizados, nossos rostos têm dezenas de músculos que refletem o que de fato estamos sentindo lá dentro. Isso é obra da seleção natural para nos equipar para o jogo da reciprocidade, essencial para o Homo Sapiens. O trabalho de um economista que caminha para se tornar uma referência obrigatória assim como The evolution of cooperation, de Axelrod. |
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18 - GELL-MANN, Murray. The Quark and the Jaguar. W. H. Freeman and Company, 1994* Um dos papas da Física moderna apresenta sua visão dos caminhos e ênfases da ciência.Trata da aventura do simples para o complexo, percorrendo vários campos do conhecimento humano com autoridade e erudição. |
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19 - GLEISER,
Marcelo. A Dança do Universo - Dos mitos de criação ao Big Bang. Companhia
das Letras, 1997 |
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20 - GOULD, Stephen J. Wonderful Life. Norton, 1989 *. Reflexões de Gould sobre a evolução, a vida e o Homo Sapiens a partir dos fósseis de Burguess Shale no Canadá. O leitor interessado num outro tipo de enfoque para questões evolucionistas poderá comparar os interesses e ênfases de Gould com os de Richard Dawkins sobre esses temas. - GOULD, Stephen Jay. Darwinian Fundamentalism. The New York Review of Books. June, 12, 1997. - GOULD, Stephen Jay. Evolution: The Pleasures of Pluralism. The New York Review of Books. June 26, 1997. Quem quiser uma crítica ao ultra-darwinismo deve ler esse dois artigos. Gould é inimigo da visão dos "ultra" e não pode deixar de ser ouvido. Ele próprio um autor de sucesso popular e grande prestígio - é paleontólogo de Harvard - tem tentado ao longo dos anos argumentar que a seleção natural não é o mecanismo onipresente e avassalador que os "ultra" querem fazer crer, apesar de, obviamente, não negar a primazia da visão darwinista para explicar o fenômeno da vida. |
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21- GREGORY, Bruce. Inventing Reality - Physics as a language. John Wiley & Sons, 1988. A idéia de que a Física pode ser considerada essencialmente uma linguagem é o tema. Extremamente original. A história da evolução da idéias em Física é apresentada sob a perspectiva da invenção de linguagens novas, não da descoberta de verdades pré-existentes. |
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22 - GRIBBIN, John. In Search of Schroedinger's cat. Bantam Books, 1984. Uma exploração da esquisitice do mundo quântico e das armadilhas de se tentar descobrir significados dos seus segredos. |
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23 - HOFSTADTER, Douglas. Goedel, Escher, Bach - An eternal golden braid. Basic Books, 1979. O tema são os "loops estranhos" a que me referi tanto. Hofstaedter se apóia nos trabalhos de um matemático (Goedell), um pintor (Escher) e um músico (Bach) para ilustrar as viagens da mente humana em suas tentativas de decifrar e entender. Mistura Matemática, música, Biologia, num livro que eu desconfio que é muito mais citado do que lido (é extremamente volumoso e nem sempre fácil), mas que você não pode deixar de conhecer se se interessa por uma visão sofisticada do tema que abordei superficialmente. |
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24 - HORGAN, John. The end of Science. Addison - Wesley, 1995. Horgan é um escritor senior da Scientific American (não é cientista) que tem entrevistado pessoalmente vários, se não todos, os grandes cientistas contemporâneos. Este livro é uma coleção dos perfis e idéias desses cientistas. O livro tem tido grande repercussão pois Horgan argumenta que o processo da ciência como nos acostumamos pode estar chegando ao fim, não pelo esgotamento dos temas mas pela dificuldade de sua comprovação na prática. O nível de abstração e de propostas especulativas é tal, que grande parte das idéias que são propostas em "ciência" hoje parece estar tomando caminhos não empíricos, especulativos, mais para literatura do que para o que nos acostumamos a considerar ciência mesmo (Horgan chama isso de ciência irônica). Obs: O Jornal do Brasil publicou uma reportagem sobre o livro de Horgan no seu caderno Idéias de 1 de fevereiro de1997. - HORGAN, John. The New Social Darwinists. Scientific American, October 1995. O tema é a Psicologia Evolucionária. A visão de Horgan é crítica, mas o artigo é uma boa introdução ao tema. |
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25 - JOHNSON, Gorge. Fire in the Mind-Science, faith and the search for order. Alfred Knopf New York, 1996. * George Johnson é um escritor (não cientista) especializado em temas científicos. Aqui ele trata das tentativas da mente humana de pôr ordem no caos a através da ciência , fazendo um paralelo entre o seu (da ciência) processo de interrogar com o comportamento de povos primitivos do estado do Novo Mexico nos EUA, em suas próprias procuras. Talvez seja o melhor de todos os livros sobre esse tema que genericamente se conhece como "Complexidade". Têm aparecido vários nos últimos anos. O seu estilo é fascinante e o leitor ganhará uma perspectiva excelente da história das descobertas científicas. - JOHNSON, George. In the Palaces of Memory - How we build the worlds inside our heads. Vintage Books, 1992. Neste seu livro anterior Johnson trata do cérebro segundo as perspectivas do biólogo, do físico e do filósofo. O cérebro é o personagem. Não se compara a Fire in the Mind em exuberância mas vale muito à pena também. Parte das idéias que o autor desenvolveria depois aparecem embrionariamente aqui; seu fascínio por esse artefato chamado cérebro o leva a afirmar na primeira página: "quando você lê um livro ou conversa com alguém, a experiência causa mudanças físicas em seu cérebro. Em questão de segundos, novos circuitos são formados, memórias que podem mudar para sempre a maneira pela qual você pensa sobre o mundo. Eu acho essa idéia tão notável que durante os últimos três anos tem sido difícil para mim manter o interesse em qualquer outra coisa." |
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26 - KAUFMANN, Stuart. At home in the Universe. Oxford University Press, 1995. Stuart Kaufmann é um famoso biólogo teórico que, ao que parece, sonha em poder demonstrar que a seleção natural não é só o que há. Ele discordaria por exemplo de minha afirmação de que, em vez de dois olhos, a seleção natural poderia eventualmente nos ter dotado de um olho só se nossa adaptação ao ambiente assim exigisse. Kaufmann acha que há leis que as formas das coisas têm que obedecer e que a seleção natural não atua sozinha na determinação dos caminhos da evolução. Haveria outros constrastes. Este livro não é simples mas Kaufmann é um cientista respeitado e apoiado por quem não gosta da retórica dos chamados "hiper-darwinistas". |
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27- KELLY, Kevin. Out of Control - The New Biology of machines, social systems, and the economic world. Addison - Wesley, 1994. Uma espécie de bíblia dos temas cujo conjunto se convencionou chamar de ciência da Complexidade - a ciência que trata do emergente: Biologia, evolução, inteligência artificial, consciência etc... |
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28 - LINDLEY, David. Where does the Weirdness Go? Basic Books, 1996. Mais uma viagem pelo mundo quântico e suas esquisitices. Este livro trata explicitamente da pergunta: como é que pode se revelar para nós um mundo de coisas concretas e determinadas a partir da ambígua e indeterminada física quântica, que é o que rege o comportamento das partículas fundamentais que constituem tudo? |
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29 - LEAKEY, Richard. The Origin of Humankind. Basic Books, 1994. As origens do homem são o tema discutido neste livro por uma das maiores autoridades no assunto. É a acessível visão de um especialista, sobre vários dos acontecimentos que levaram ao aparecimento do Homo Sapiens. |
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29 - LEAKEY, Richard. The Origin of Humankind. Basic Books, 1994. As origens do homem são o tema discutido neste livro por uma das maiores autoridades no assunto. É a acessível visão de um especialista, sobre vários dos acontecimentos que levaram ao aparecimento do Homo Sapiens. |
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30 - NOBREGA, Clemente. Em Busca da Empresa Quântica. Ediouro, 1996. Meu primeiro livro. A idéia foi fazer uma paralelo entre idéias do mundo da ciência e do mundo dos negócios, mostrando que assim como os físicos tiveram de reconstruir as bases sobre as quais a ciência vinha se desenvolvendo desde Newton, também os homens de empresa terão de definir bases novas que determinarão uma nova lógica para a atuação das empresas. |
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31- NOWAK, Martin; MAY, Robert; SIGMUND, Karl. The Arithmetics of Mutual Help. Scientific American, June 1995. Apresenta a nova versão de simulações do Dilema do Prisioneiro e mostra que TFT deve ter evoluído para um estratégia mais discriminante. |
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32- PAGELS, Heinz. The Cosmic Code. Simon & Shuster, 1982. Um relato da evolução da Física desde Einstein até nossos dias. Pagels é considerado um dos mais claros escritores sobre temas científicos para não iniciados. |
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33 - PAIS, Abraham. "Subtle is the Lord" - The science and the Life of Albert Einstein. Oxford University Press, 1982*. Talvez a biografia mais conhecida de Einstein. O autor que também é físico muitas vezes entra por detalhes matemáticos do trabalho de Einstein que intimidam o leitor não especialista. Edição brasileira - Nova Fronteira, 1995 |
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34 - PINKER, Steven. How the Mind Works, Norton 1997. Um alentado estudo sobre o funcionamento da mente a partir da visão de um darwinista de primeiro time. O que Pinker faz nesse livro é olhar para a mente, observar suas características, e em seguida - através de um processo de "engenharia reversa" - entender as motivações que a seleção teve para moldá-la do jeito que é. O que emerge é a mente como uma coleção de "órgãos de computação", que foi desenhada para entender, e manipular em seu próprio benefício (outsmart), objetos, plantas, animais e as mentes de outros homens. Pinker é famoso por um outro livro que trata da linguagem, The language instinct e é um pesquisador do celebrado MIT. - PINKER, Steven. Evolutionary Psicology: an exchange. New York Review of Books. October 9, 1997. Ainda a Psicologia Evolucionária. Pinker joga no time daqueles que Jay Gould chama pejorativamente de "ultra-darwinisrtas" (Dawkins e Dennett são seus alvos principais) e esse artigo é uma resposta de Pinker a ele. |
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35 - POUNDSTONE, William. Prisoner's Dilemma - John Von Neumann, Game Theory and the Puzzle of the Bomb. Anchor Books, 1992. Este livrinho é ao mesmo tempo uma ótima biografia de John Von Neumann, e uma excelente introdução ao assunto Teoria dos Jogos. De quebra há um painel dos anos iniciais da guerra fria, a história da criação da Rand Corporation, algum gossip, e referências históricas. Vários exemplos do capítulo 2 foram retirados daqui (a viúva e suas duas filhas manipuladoras; Mr. Seven, que Poundstone chama de Mr.Big, e outros. É um prazer lê-lo. Referência obrigatória. |
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36 - RIDLEY, Mark. The Origins of Virtue - Human Instincts and the Evolution of Cooperation. Viking Penguin, 1997. A tese é: a virtude também é evolucionária, isto é: nossa senso de certo e errado foi programada em nós pela seleção natural para nos ajudar no jogo da replicação. Aqui que o leitor vai encontrar a melhor atualização do clássico The Evolution of Cooperation, de Robert Axelrod e a narrativa dos novos experimentos em computador que mostraram que TFT não podia ser evolucionariamente estável por não ser emocionável. Estranhamente para mim, Ridley ignora a noção de memes de Richard Dawkins, apesar de apresentar uma argumentação muito consistente para o fato da mente humana por seu instinto de imitar, ter se tornado ser presa fácil para idéias parasitas. - The Red Queen: - Sex and the Evolution of Human nature. Penguin, 1993. A sexualidade vista sob um ponto de vista evolucionário. A questão é intrigante: se só o que interessa é propagar genes, por que a seleção natural escolheu a complicada via sexual para isso? Haveria muitas maneiras mais fáceis. Nem todas as coisas vivas se reproduzem sexualmente. Que vantagem o sexo dá? Ridley elabora uma argumentação muito interessante para mostrar que a reprodução sexuada pode ter tido a motivação básica de proteger de parasitas as máquinas de sobrevivência resultantes, coisa que outras formas de reprodução são incapazes de fazer. Mas o livro vai adiante e entra pelo terreno da Psicologia Evolucionária, investigando comportamentos de machos e fêmeas, à luz da "idéia perigosa de Darwin". O jogo da replicação colocando-os em situação de conflito de interesses molda suas mentes de maneiras diversas. Machos e fêmeas são essencialmente diferentes e o discurso feminista clássico, negando isso, comete um equívoco enorme. Essa é a tese de Ridley. Ele é um dos que acham absurda a ausência completa de referências evolucionárias no estudo da psicologia humana. Seu livro é um manifesto em favor da primazia de Darwin para entendermos o porque de nossos comportamentos mais arraigados. |
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37- RUSSEL, Bertrand. The Scientific Outlook. George Alee & Unwin, Londres, 1931.* É um clássico moderno de um dos maiores intelectuais deste século sobre a perspectiva através da qual a ciência opera. Apesar da primeira edição ser de 1931 sua atualidade é impressionante. É um prazer lê-lo. Em português: Perspectiva Científica. Companhia Editora Nacional, 1969. |
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38 - SAGAN, Carl. Cosmos. Ballantine Books, 1985. Carl Sagan, falecido recentemente, foi um dos maiores divulgadores de temas científicos e um dos maiores opositores de idéias supersticiosas e da pseudocência que abre brechas cada vez maiores na forma de pensarmos. Cosmos é a obra-prima dele. Um painel de idéias científicas com ênfase em astronomia, que incorpora componentes da história do desenvolvimento da ciência desde os gregos. |
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39 - SHELLEY, Mary. Frankenstein. O romance original de Mary Shelley pode ser encontrado no seguinte endereço na Internet: http://www.literature.org/Works/Mary-Shelley/frankenstein. |
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40 - STEWART, Ian. Natures's Numbers. Basic Books, 1995. A Matemática e seu misterioso poder como linguagem é o tema. Muito acessível e fácil de ler. Stewart é um matemático inglês que domina vários assuntos científicos. É um dos que não se entusisma muito com as teses dos chamados "ultra-darwinistas". |
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41 - WHITFIELD, Philip.From So Simple a Beginning - The Book Of evolution; MacMillan Publishing Company, 1993. Uma belíssima visão da evolução via seleção natural como uma das idéias mais transformadoras do mundo moderno. Soberbamente ilustrada e muito didática. |
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42 - WRIGHT, Robert. The Moral Animal. Vintage Books, 1994.* Whright discute os fundamentos de uma ciência nova - a Psicologia Evolucionária, que vem ganhando adeptos. (Ver também Scientific American de Outubro de 1995 o artigo de John Horgan - "The New Social Darwinists"). A idéia é procurar em nossas origens as razões para nossos comportamentos mais enraizados. A proposta é ambiciosa. Wright fez um livro interessante em que mistura informação sobre a vida e personalidade de Darwin com a perspectiva das coisas que o Evolucionismo descortina. |
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43 - WEINBERG, Steven. The first Three Minutes. Basic Books, 1977. Steven Weinberg é um
prêmio Nobel de Física da Universidade de Austin, no Texas. Físico da
melhor tradição. acadêmica Neste livrinho ele descreve detalhadamente os
instantes iniciais do nosso universo - o que aconteceu do instante zero
até os três primeiros minutos. É um livro acessível no geral, mas o estilo
do autor não é atraente. Weinberg não é um cientista da "terceira cultura"
e apesar de escrever também para não iniciados exige algum esforço na
leitura. O conteúdo e o rigor porém são impecáveis. |
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a) A edição da Scientific American de Outubro de 1994 que trata do tema geral - Life in the Universe - traz artigos de alguns dos autores cujos livros comento acima e é um excelente ponto de partida para quem deseja se iniciar nesses temas. Dentre os autores que contribuem estão: Steven Weinberg, Stephen Jay Gould, William Calvin e Antonio D'Amasio. b) Se você quiser jogar o Dilema do Prisioneiro interativamente via Internet vá ao seguinte endereço: |
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UM CONVITE
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